Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Hoje é o tricentésimo trigésimo dia do ano
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Faltam 36 dias para acabar o ano
Crónica: A Liberdade, Catarina e as Mulheres que Inspiram o Futuro
Hoje, 25 de novembro, Portugal celebra um marco essencial para a sua história democrática: o triunfo da moderação sobre o extremismo no período conturbado do PREC (Processo Revolucionário Em Curso). Este dia permitiu que o sonho de Abril fosse real, consolidando um caminho de liberdade e democracia. Como bem disse Marcelo Rebelo de Sousa, “a democracia só existe verdadeiramente quando o povo tem uma liberdade de escolha real, sem censuras ou tutelas políticas”. E é essa liberdade que defendemos, num equilíbrio sem extremos, onde ninguém é mais forte do que ninguém e onde todos somos substituíveis, porque o mundo não se constrói com o culto de uma única pessoa, mas com o contributo de muitos.
No entanto, este 25 de novembro não é apenas um tributo à democracia. É também Dia de Santa Catarina de Alexandria, uma jovem mártir que, com apenas 18 anos, enfrentou um império em nome das suas crenças. Diz a lenda que, ao ser levada para a execução, a sua coragem inspirou até os céus, anjos transportaram o seu corpo para o Monte Sinai. Séculos depois, Catarina seria um farol para Joana d’Arc, outra jovem que, guiada pela fé, mudou os destinos de uma nação. Hoje, Catarina é padroeira de estudantes, professores e filósofos, é um símbolo de força, corajosa e intelectual, especialmente num mundo que ainda precisa valorizar mais o conhecimento e a igualdade.
Mas este dia também carrega uma revolta amarga. É o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Em Portugal, 85% das vítimas de violência doméstica são mulheres. É uma realidade brutal que nos obriga a questionar como ainda permitimos que a liberdade e a dignidade de tantas pessoas sejam negadas diariamente. A história das irmãs Mirabal, assassinadas por desafiar um regime ditatorial, ecoa como um grito de justiça. Assim como Catarina de Alexandria desafiou os poderes do seu tempo, essas mulheres enfrentaram o seu opressor, tornando-se um símbolo de luta contra o mal que insiste em corroer o mundo.
A liberdade não é apenas um direito; é um dever de todos nós. Seja nas urnas, nas rodas da história ou no silêncio de um lar, onde tantas sofrem caladas, a liberdade é o que permite que o mundo avance, sem extremismos, sem opressão, sem violência. Hoje, celebramos a coragem e a memória de quem lutou para que a escolha fosse real, para que a dignidade fosse inalienável.
Que o 25 de novembro nos inspire a dizer “basta” a tudo o que oprime, destrói e limita. Que Catarina nos ensine a ser fortes, mesmo quando o poder parece esmagador. E que as irmãs Mirabal sejam um lembrete de que nenhuma luta pela justiça é em vão.
Porque o mal só triunfa onde a coragem é silenciada, e este mundo ainda precisa de muitas vozes para o mudar.


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